domingo, 9 de dezembro de 2007

"- Quem o matou?", "- Sei lá! Vai ali ao guião!"

Ficção... Um tema em que sobre muita coisa se pode reclamar. Mas pensando bem... Não é suposto ficção ser o mais parecido com a realidade possível apesar de todos saberem que não é verdade?
É uma maneira de fazer parecer as situações mais realistas e tornar de certa forma a ficção mais emocionante. E onde encontramos quilos e quilos de ficções? Sim! Na televisão (se pensaste "no frigorífico, então estás a ler o post errado - "Zhe Evil Apettit", now go get yourself treated!)
Pois bem, é na televisão que milhões de pessoas têm acesso ao muito conhecido programa "CSI".
Eu sou uma assumida fã do CSI Dear prison break, I did not know you at that time. We did not have sex. e possuidora de um dvd de uma série interia.
Após ter visto todos os episódios de CSI, cheguei à conclusão que os tais fantásticos senhores detectives, são nada mais nada menos que demasiado perfeitos. Sim. Demasiado!
Resumindo, em cada episódio há um ou mais homicídios, chega a fantástica crew e numa questão de dias desvendam o dificílimo caso que numa situação real há quem demore meses...

Mas o que me faz questionar a qualidade desta ficção, não é o tempo que demoram a desvendar o caso, mas sim o seu faro por pistas e as tais "evidence".
Como sabem eles as pistas que prestam e as pistas que não prestam? Por exemplo, num dos episódios, desvendaram quase o caso inteiro por apenas um deles ter encontrado uma beata ao pé dum arbusto duma casa! Como sabem eles que beata essa, não era do amante da vizinha que ficou nervoso depois de ter que corajosamente saltar da janela para não ser descoberto? Mas calma! Graças aos seus poderes de super detective (e dum guião que lhes diz quem é o assassino), basta-lhes olhar para a beata para que automaticamente aqueles flashbacks perfeitos ao detalhe lhe passem pela cabeça tipo: "Uuu, estou aqui a ver esta beata e aposto que o assassino saíu de casa após o seu "double-homicide", acendeu um cigarro, ouviu o ladrar do cão da vizinha, consequentemente virou a cabeça ligeiramente para a direita e seguiu em frente, atirando com o seu cigarro para o chão exactamente perto desde arbusto que aqui vejo..."

O mais impressionante é que nunca recolhem provas erradas. Provas que não têm absolutamente nada que ver com o caso!
Aquela marca de batom naquele copo, aquele cabelo loiro ao pé da cómoda, aquele cotonete ao pé da sanita... Tudo tem o seu papel importantíssimo no desvendamento daquele caso! Impressionante como estes detectives sabem como cada uma destas provas é imprescindível para o caso e não pode apenas ser um "Oops, deixei cair o cotonete ao pé da sanita... Azar, amanhã apanho..." (infelizmente no dia seguinte não o pode apanhar porque... Morreu.)
E por isto... Palmas para eles!

Por outro lado, era bonito sim senhora ve-los a sofrer, ve-los com dificuldades para dormir com suores frios à mistura por estarem sempre a matutar no caso...
Ver como os detectives sofriam por não conseguir encontrar as provas que os levam no bom caminho! SIM! Morte aos detectives perfeitos!
Queremos é gente a sofrer gravemente psicologicamente e a atirar-se contra as paredes nos programas de televisão! Queremos gente tão estúpida que até nos faça a nós sentir inteligentes! (Visto que "A bela e o mestre" não ter tido um grande efeito)

(Após ter escrito esta ultima frase, soltou-se uma lágrima de alegria pelo olho esquerdo e percorreu a minha face até cair. Palmas)